
A Polícia Civil deflagrou, nesta terça-feira (23.9), a Operação Scutum Viperae, para cumprimento de 30 mandados contra integrantes de um grupo criminoso instalado em Campo Verde e responsável por diversos crimes, incluindo a extorsão de comerciantes na região.
Ao todo foram cumpridos12 mandados de busca e apreensão domiciliar, 7 mandados de prisão preventiva e 11 mandados de bloqueio de bensnascidades de Campo Verde, Jaciara e Acorizal.
As ordens judiciais foram expedidas pelo juízo do Núcleo de Inquéritos Policiais (NIPO) da Comarca de Cuiabá, embasadas nas investigações conduzidas pela Delegacia de Campo Verde.
Os suspeitos, entre eles duas mulheres, são investigados pelos crimes de tráfico de drogas, associação para o tráfico, constituir organização criminosa, lavagem de dinheiro, tortura e extorsão.
AOperação ScutumViperae, coordenada pela Delegacia de Campo Verde, contou comapoio das equipes de policiais civis das Diretorias do Interior e Atividades Especiais, e da Delegacia Regional de Primavera do Leste.
Apuração
No mês de março, os policiais civis de Campo Verde realizavam diligênciasinvestigativas quandoencontraramcomprovantes suspeitos, emitidos por comerciantes.
Os documentos erampagamentosfeitosvia Pix ou depósitos em dinheiro para as contas dos investigados, querecebiam os valores e no mesmo dia repassavam para as contas bancárias das esposas. Uma das mulheres é esposa do indivíduo que exercia a função de líder.
De acordo com o delegado de Campo Verde, Philipe de Paula da Silva Pinho, o valor total bloqueado judicialmente tem por base R$ 277 mil para cada uma das 11 medidas cautelares de bloqueio bancário. O montante é referente ao valor estimado da movimentação feita pelos suspeitos nos meses de janeiro, fevereiro e março deste ano, especialmente com a extorsão de comerciantes.
Diante dos fatos, a Polícia Civil intensificou o trabalho investigativo e identificou que o grupo criminoso coagia e cobrava dos proprietários de estabelecimentos comerciais uma taxa que variava de R$ 100 até R$ 600 por mês, sob pretexto de proteção.
“Ossuspeitosagiam associados de forma estável e permanente para o tráfico de drogas.Estavamarticulados com divisão de tarefas paragarantira logística e continuidade da venda de entorpecentes, inclusive mediante repasses financeiros e movimentações bancárias associadas à atividade criminosa”, destacou o delegadoPhilipePinho.
Diversos comerciantes estabelecidosemCampo Verde estavam sendo submetidos a reiteradas exigências de pagamentos ilícitos por parte do grupo criminoso. Mediante grave ameaça implícita e coação moral, o grupo impunha o pagamento mensal de quantias em dinheiro ou transferências eletrônicas.
Atuação Criminosa
Os investigados praticavam otráfico de forma associada,agindo no armazenamento dadroga,notransportepara os revendedores,na comercialização emvarejo. Além decontrolar o estoque de entorpecentes detraficantes devedores, recebiamem conta bancária dinheiro do tráfico e das extorsões e aindaaplicavamsanções aos devedores
Em apenas 9 dias, os criminosos conseguiram recolher dos comerciantes o valor de aproximadamente de R$ 20 mil em dinheiro.
Oscomerciantes eram submetidos a reiteradas exigências de pagamentos ilícitos. As vítimas eram extorquidaspelos suspeitos quecompareciam nos estabelecimentos ou por meio de contato via mensagens, paracobraros valores sob o falso pretexto de garantia da integridade física e patrimonial.
Tortura
No dia 1º de março, um dos integrantes rendeu uma vítima e a levou até um local chamado por eles de "biqueira”, onde ela foi submetida a um "salve".Na ocasião, a vítima foiobrigada a confessar saber que estava errada por não pagar o valor, mediante sofrimento físico e mental causado por violência.
Nome da Operação
ScutumViperae" termo em latim que significa "Escudo de Víbora".
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