
O Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (INDEA-MT) reforça um alerta crucial aos pecuaristas do estado: a vacinação contra a brucelose em bezerras bovinas e bubalinas permanece obrigatória e é uma medida sanitária indispensável. A fiscal do órgão e médica veterinária, Raquel Timm Pedrollo, destaca que a imunização não deve ser confundida com a recente retirada da vacina contra a febre aftosa ou com a simples Atualização de Estoque de Rebanho.

Segundo Raquel Timm, a brucelose continua sendo uma ameaça significativa tanto para a saúde dos animais quanto para a saúde pública. "A brucelose provoca abortos, morte de bezerros, retenção de placenta e uma queda drástica nos índices reprodutivos, gerando prejuízos econômicos diretos e restrições comerciais que afetam a competitividade da pecuária mato-grossense", explica a veterinária.
Além dos impactos diretos no rebanho, a brucelose é uma zoonose, ou seja, pode ser transmitida dos animais para os seres humanos. A contaminação ocorre principalmente pelo consumo de leite cru, queijos não pasteurizados, carnes malpassadas e pelo contato direto com secreções de animais infectados, representando um sério risco para trabalhadores rurais e consumidores.
A campanha de vacinação contra a brucelose é dividida em duas etapas anuais, visando cobrir todos os nascimentos ao longo do ano. É obrigatória para todas as bezerras com idade entre três e oito meses.
As etapas são divididas da seguinte forma:
Os produtores devem utilizar as vacinas B19 ou RB51®️. Uma exceção importante é para a região do Baixo Pantanal, onde a legislação permite apenas a aplicação da vacina RB51®️, que deve ser realizada exclusivamente durante a segunda etapa do ano.
A aplicação da vacina deve ser executada por médicos veterinários cadastrados ou por vacinadores treinados sob a supervisão de um profissional. Após a imunização, a comunicação ao INDEA-MT deve ser feita até o segundo dia útil após o encerramento de cada etapa.
Raquel Timm orienta os produtores a sempre exigirem o atestado de vacinação emitido pelo profissional responsável. "Guarde sua via do atestado. Ela é o seu comprovante oficial em caso de qualquer pendência no sistema, mesmo que a comunicação seja feita de forma informatizada", frisa.
A fiscal alerta que as propriedades em débito com a vacinação contra a brucelose ficam impedidas de emitir a Guia de Trânsito Animal (GTA), o que bloqueia a comercialização e o transporte de bovinos e bubalinos. Além disso, o descumprimento acarreta uma multa no valor de 1 UPF por animal não vacinado, que atualmente está fixada em R$ 252,74.
"Manter a imunização em dia é fundamental para evitar riscos e prejuízos. Vacinar é proteger o rebanho, o produtor, a saúde da população e a pecuária mato-grossense", conclui a médica veterinária.
Mín. 21° Máx. 36°